segunda-feira, 15 de junho de 2015

«ficou tanto por dizer»

Micro Contos, de Fernando Guerreiro é um pequeno livro que passou do virtual para o papel. Depois de cinco anos a publicar pequenas estórias numa página do facebook, Fernando Guerreiro selecionou 114 micro contos e passou-os para o papel, em uma edição de autor.

Já há algum tempo que seguia os Micro contos no facebook, mas quando soube que estes iriam passar para o papel não pude deixar de os (re)ler. Estas histórias curtas são tão deliciosas e tão bem conseguidas que são quase como uma inspiração para o dia.

Na sua página, os micro contos são sempre acompanhados de uma fotografia a preto e branco. Ambos, imagem e texto, são uma combinação perfeita! Já no livro os micro contos permitem-nos imaginar e construir as nossas próprias imagens.

«Passava noites a chorar. Era assim que expulsava toda a tristeza do corpo para, durante o dia, poder fazer rir os outros.» (Limpeza); «Vivia numa corrente de ar constante, dividido entre o que fora e o que pode vir a ser. Só quando decidiu fechar a janela do passado é que conseguiu, finalmente, abrir a porta do futuro.» (Decisão); «No dia em que o amor foi declarado ilegal, tornou-se contrabandista.» (Proibição); «Juntaram os defeitos de ambos e fizeram disso uma perfeita imperfeição.» (União); «Tanto hesitou até que a vida acabou sem nunca ter acontecido.» (Inércia) e «A Morte bateu à porta. Com todo o vagar do mundo, parou a conversa, pousou a chávena de café, levantou-se do sofá e foi abrir. Pediu desculpa, o momento não era oportuno. Agora não a podia atender, a Vida tinha chegado antes e estavam a fazer planos para o futuro.» (Marcação) são algumas das histórias que mais gostei.

O livro pode ser adquirido online em http://www.microcontos.pt/

terça-feira, 9 de junho de 2015

«Génesis» | Sebastião Salgado

Génesis, na Cordoaria Nacional, em Lisboa

«Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo 
e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. 
Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma.» 
Sebastião Salgado

Génesis é o título da exposição de Sebastião Salgado que está patente até ao dia 2 de agosto, na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, esta exposição é um «tributo a um planeta ameaçado», que prima por uma singela beleza a preto e branco e que vem comprovar «que o nosso planeta ainda abriga vastas e remotas regiões onde a natureza reina em imaculada e silenciosa majestade».

A exposição é composta por 245 fotografias e está dividida em cinco secções: Sul do Planeta, África, Santuários, Terras a Norte e Amazónia e Pantanal, estas duas últimas podem ser vistas no piso superior da galeria.

Uma das fotos que mais gostei encontra-se logo na primeira secção e são uns pinguins em fila, à espera de saltar para o infinito. Está lindíssima!

Pinguins-de-barbicha, icebergs entre as ilhas Zavodovski e Visokoi. 
Ilhas Sandwich do Sul, 2009*

Para quem vive em Lisboa ou está de visita à cidade não pode perder esta jornada do fotógrafo em busca das «paisagens terrestres e aquáticas até hoje intocadas» e que todos temos o dever de proteger.

A entrada tem um valor de 5€, mas há descontos especiais para possuidores de: cartão jovem, cartão de estudante, cartão de Multibanco CGD, bilhete de comboio longo-curso, entre outros.

Mais informações sobre esta «viagem ao princípio de tudo» em http://www.expogenesis.pt/
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*Foto retirada do portal da exposição.

Pinturas populares (últimos 30 dias)